quarta-feira, 20 de março de 2013

Sistema Genital Feminino


Estado indiferenciado

3ª até 6ª semana - desenvolvimento indiferenciado para os dois sexos

Entre 3ª e 5ª semana - processo de dupla migração. As células germinativas chegam a sua localização na crista genital sob o epitélio celômico.



6ª semana - Estágio indiferenciado da gônada primitiva está completo
Interação entre epitélio celômico, mesênquima subjacente e mesonefros inicia a diferenciação. Nesse momento não há participação das células germinativas primordiais.
Ao mesmo tempo..
Ocorre maturação das células germinativas primordiais em células germinativas com características sexuais dimórficas.
Logo após acontece a compartimentalização do tecido gonádico
Os vasos sanguíneos vem da parte medular do ovário e vão irrigar o córtex e penetrar nas células epiteliais que rodeiam as ovogônias.


Estado diferenciado

O aparelho genital feminino inicia a sua diferenciação a partir dos canais de Muller, que vão dar origem às trompas, fundindo-se para formar o útero e a porção superior da vagina, ao mesmo tempo que se inicia a regressão dos canais de Wolff. 
Este processo começa na 8ª semana e termina perto do final da gestação segundo a seguinte cronologia:

8ª semana - os canais de Muller dirigem-se para um para o outro, na linha média.

9ª semana  - os canais de Muller estão encostados, mas ainda não iniciaram a fusão. A extremidade distal encosta, sem abrir, à parede do seio uro-genital, que se espessa e dá origem ao tubérculo de Muller.


10ª semana - dá-se a fusão dos canais de Muller segundo um gradiente crânio-caudal, formando-se o canal útero-vaginal. Os dois tubérculos de Muller fundem-se num só. O esboço uterino começa a perder a forma em V pelo afastamento progressivo dos segmentos proximais das trompas e pelo desenvolvimento do miométrio. Desenha-se o esboço do colo.

11ª semana - reabsorção progressiva do septo inter-Mulleriano que separa as duas cavidades, iniciando-se no local do futuro istmo, progredindo para cima e para baixo simultaneamente.


12ª semana - desaparecimento completo do septo em condições normais; a partir desta data inicia-se uma progressiva diferenciação anatômica e estrutural do útero até à 40ª semana.

15ª semana - glândulas cervicais; esboço do orifício externo do colo.

16ª semana - desenvolvimento do endométrio.

17ª semana - diferenciação da produção cervical do útero; individualização do istmo; diferenciação e organização da parede uterina.

18ª semana - multiplicação das células musculares parietais.

19ª semana - diferenciação das glândulas do corpo uterino.

20ª semana - identificação da junção uterina-tubar e da musculatura uterina; miométrio quase definitivo.

22ª semana - o colo atinge os 10 mm.

24ª semana - diferenciação completa das camadas musculares do útero.

25ª semana - o fundo uterino perde a forma em V.

34ª semana - o colo atinge os 35 nm.

40ª semana - o útero inicia a anteversão e o esboço da anteflexão e as relações peritoneais e anatômicas já são idênticas às do adulto.


Embriologia da vagina

Três teorias:
- Teoria puramente sinusal
- Participação dos canais de Woff

- Teoria mista

terça-feira, 19 de março de 2013

Sistema Genital Masculino

 Na terceira semana do desenvolvimento, ainda em um estágio indiferenciado de sexo, as células mesenquimais da região da linha primitiva migram em torno da membrana cloacal formando um par de pregas da cloaca. Cranialmente à membrana, as pregas unem-se e formam o tubérculo genital, caudalmente elas se subdividem nas pregas uretrais anteriormente e nas pregas anais, posteriormente. Simultaneamente elevações genitais ficam de cada lado das pregas uretrais, formando as elevações escrotais dos homens. As elevações escrotais têm origem na região inguinal, e vão se movendo caudalmente até formarem o escroto. Cada elevação forma metade do escroto e são separadas pelo septo escrotal.

Na quinta semana o embrião de ambos sexos tem dois pares de ductos genitais: ductos mesonéfricos (Wolff) e paramesonéfricos (Muller). O ducto paramesonéfrico desemboca na cavidade abdominal em sentido cefálico, e no sentido caudal ele cruza o ducto mesonéfrico e na linha média faz contato com o ducto paramesonéfrico oposto, formando o canal uterino. Eles fazem uma projeção na parede posterior do seio urogenital chamada de tubérculo paramesonéfrico ou de Muller. Os ductos mesonéfricos desembocam no seiourogenital, de cada lado do tubérculo de Muller.
Na sexta semana, as células germinativas aparecem nas cristas genitais (gonadais). As células germinativas primordiais aparecem entre as células endodérmicas na parede do saco germinativo, próximo ao alantoide. Migram pelo mesentério dorsal do intestino posterior e chegam as gônadas primitivas (cristas). Da crista genital há a proliferação de células epiteliais formando cordões sexuais primitivos que ficam ligados ao epitélio superficial (estágio de gônada indiferenciada). Na influencia do cromossomo Y, que codifica o fator determinante do testículo, os cordões sexuais primitivos se proliferam e penetram na medula da gônada primitiva formando os cordões testiculares ou medulares. Perto do hilo da gônada, os cordões se decompõem e dão origem aos túbulos da rede do testículo. Uma camada de tecido conjuntivo fibroso (túnica albugínea) separa os cordões testiculares (estes são constituídos de células germinativas primordiais e células de sustentação de sertoli derivadas do epitélio superficial da gônada). Os cordões adquirem uma luz e formam os túbulos seminíferos na puberdade. Os túbulos unem-se aos túbulos da rede testicular que desembocam nos ductos eferentes (partes remanescentes dos túbulos excretores do sistema mesonéfrico). O ducto deferente se forma a partir do ducto mesonéfrico ou de Wolff.


Na oitava semana de gestação, as células de Leydig começam a produzir testosterona. Essas células são derivadas do mesenquima original da crista gonadal e se formam logo após a formação dos cordões, se estabelecendo entre os próprios cordões.



  Na décima semana, a genitália externa do homem se forma, através da influência dos hormônios secretados pelos testículos fetais, em que o tubérculo genital se alonga e passa a ser chamado de falo. O falo puxa as pregas uretrais de modo que elas formam as paredes laterais do sulco uretral, que se estende caudalmente no falo mas não chega em sua extremidade distal (glande). A placa uretral é formada pelo epitélio do sulco, com origem endodérmica.
  No fim do 2o mês o mesentério urogenital fixa o testículo e o mesonefro à parede abdominal posterior, o mesonefro degenera e a fixação persiste como um mesentério para o testículo em que sua parte caudal forma o ligamento genital caudal. Encontra-se o gubernáculo, uma condensação mesenquimal que também se estende do polo caudal do testículo e termina na região inguinal.  No homem quando o mesonefro regride, alguns túbulos excretores chamados de epigenitais fazem contato com os cordões da rede do testículo e formam os ductos eferentes. Os túbulos excretores do polo caudal do testículo chamados de paragenitais regridem e seus vestígios são denominados de paradídimo. Exceto na porção cefálica (do apêndice do epidídimo) os ductos mesonéfricos persistem; abaixo da entrada dos ductos eferentes eles formam o ducto do epidídimo. Da cauda do epidídimo até o brotamento da vesícula seminal os ductos mesonéfricos formam o ducto deferente e após o brotamento da vesícula, ele forma o ducto ejaculatório. Os ductos paramesonéfricos degeneram, com exceção de uma porção cefálica (apêndice testicular). 

Na 12a semana, o testículo chega à região inguinal, e surge aí uma parte extra-abdominal do gubernáculo que vai da região inguinal em direção às elevações escrotais.
 Ao fim do 3o mês, as duas pregas uretrais se fecham sobre a placa uretral formando a uretra peniana.

No quarto mês, a parte distal da uretra é formada, em que células ectodérmicas da glande do pênis penetram internamente formando um cordão epitelial, posteriormente esse cordão adquire uma luz e se forma o óstio externo da uretra.
 Na 28a semana, o testículo migra pelo canal inguinal, e a parte extra-abdominal do gubernáculo faz contato com o assoalho escrotal. O crescimento dessa parte do gubernáculo produz a migração do testículo, e o próprio crescimento do órgão aumenta a pressão intra-abdominal e força sua passagem pelo canal inguinal.

Na 33a semana, quando há a regressão da parte extra-abdominal do gubernáculo, o movimento do testículo se completa até que se chegue ao escroto.
Independente da descida do testículo, o peritônio evagina de cada lado da linha média para a parede anterior do abdome. Essa evaginação é chamada de processo vaginal e acompanha o trajeto do gubernáculo, juntamente com as camadas muscular e fascial da parede abdominal, até as elevações escrotais formando o canal inguinal.

O testículo é coberto por uma prega refletida do processo vaginal, a camada visceral da túnica vaginal e o restante do saco peritoneal forma a camada parietal da túnica vaginal. O canal que liga a luz do processo vaginal à cavidade peritoneal é obliterado ao nascimento. Além desses revestimentos, há o revestimento formado por estruturas da parede abdominal que evaginaram junto. A fáscia transversal forma a fáscia espermática interna, o músculo oblíquo interno forma a fáscia e o músculo cremastérico e o músculo oblíquo externo forma a fáscia espermática externa.